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terça-feira, 31 de julho de 2012

Nova raça leiteira é opção para pequenos produtores

GIRSEY – Gir Leiteiro X Jersey
Fonte: www.apta.sp.gov.br
Vem sendo divulgado desde meados do ano passado os resultados de experimento realizado pela Agência Paulista de Tecnologia em Agronegócio (APTA) com cruzamentos de um animal da raça Gir (Bos indicus), de origem indiana, com um touro Jersey (Bos taurus), de origem européia, em uma fazenda em Mococa, interior do estado de São Paulo. Os resultados deste estudo, ainda inédito no país, são ainda preliminares e considerados uma pequena amostra.
Aníbal Vercesi Filho, veterinário que lidera o experimento, diz que estas duas raças possuem qualidades que se complementam. O Gir, por exemplo, além do leite rico, contribui com fortes características de adaptação do animal ao ambiente dos trópicos, apresentando maior resistência aos ectoparasitas, como carrapato, e a outras doenças, sem contar sua tolerância ao calor e umidade. A raça Jersey por sua vez tem ótimo desempenho na parte reprodutiva.
Uma das vantagens do cruzamento é que resulta num animal pequeno, denominado Girsey, e que também é uma raça selecionada para produzir leite. Outra vantagem é que por ser pequeno o criador pode ter um rebanho maior em um espaço menor. Uma relação pode ser estabelecida comparando com vacas Girolando, onde na mesma área em caberiam 22 Girolando, é possível criar até 30 animais Girsey. Outra característica que tem surpreendido os técnicos é a rapidez com que estes animais se reproduzem, registrando o primeiro parto com idade média de 28 meses e com intervalo menor entre os partos.
O veterinário citado acrescenta ainda que o leite produzido pelo gado Girsey é mais rico em gordura e proteína, o que é de extrema importância com a atual tendência das indústrias começarem a pagar por qualidade. O produtor pode receber uma bonificação por litro produzido pela qualidade e quantidade de sólidos.
A indústria láctea procura exatamente isso, um produto que possibilidade maior agregação de valor na industrialização. Em matéria veiculada no site da Apta, o presidente da cooperativa de leite de Mococa Wagner Becker afirma que quem produz um leite de melhor qualidade já está ganhando mais, podendo chegar naquela região à R$ 0,06 por litro.



Confira o vídeo mostrando mais detalhes do assunto
http://www.caminhosdaroca.tv.br/videos/VID,0,1,51293;1,entrevista+sobre+leite++nova+raca+gado.aspx

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Captação de Água da Chuva


SISTEMA PARA CAPTAR ÁGUA DE CHUVA

O Concurso Internacional de Design para a Pobreza (“Design for Poverty International Contest”) promovido pelo blog Yanko Design em colaboração ao Blog Action Day foi vencido pelo Design Evan Gant – EUA, com o projeto “Rain Drops”, um sistema simples e barato de captação de água da chuva utilizando garrafas pet como reservatórios de água.

Trata-se de uma proposta com múltiplos efeitos positivos envolvendo desde a diminuição da miséria e moléstias provocadas pela falta de água em comunidades menos favorecidas e aonde os financiamentos dos governos não chegam, lembrando que o poço de contenção da água feito de alvenaria é um dos pontos de maior custo de uma obra como essa.

O projeto reutiliza as embalagens plásticas evitando que sejam descartadas em aterros, lixões ou mesmo em vias públicas e utiliza o calor e os raios UV com o conseqüente aumento da temperatura da água nesses recipientes para fazer um controle bacteriano. O acessório promove um hábito simples, porém de extrema importância, lavar as mãos, evitando diversas doenças comuns e que poderiam ser evitadas com práticas muito simples de higiene.

Via: Yanko Design

Mais uma dica simples e boa


Sistema de Cultivo Hidropônico Caseiro


Esse vídeo do link abaixo mostra passo a passo como construir um sistema super simples de cultivo hidropônico para 20 alfaces com a técnica NFT ”nutrient film technique“. Está em espanhol e não tem áudio, mas mesmo assim é interessante. Pra quem gosta de alimentação mais saudável, barata e prática, é uma boa dica.

Para construir esse sistema de hidroponia caseiro utilizam-se ferramentas e materiais fáceis de ser encontrados em qualquer loja do ramo da construção.
A ideia é parte de um projeto da Faculdade de Ciências UNAM.
Fonte: Vida Sustentável.

Vídeo. http://www.youtube.com/watch?v=gynxEGlyTYA&feature=player_embedded


Dêem uma olhadinha e comentem depois.

CONSELHO NACIONAL DA CARNE


Aprovada criação do CONSECARNE

As recentes discussões setoriais realizadas pelo país buscando maior equilíbrio no mercado da carne já começa a dar resultados. Na tarde de ontem (23 de junho), em reunião realizada em São Paulo, representantes da ABIEC (Associação Brasileira da Indústria da Carne), da FENAPEC (Frente Nacional da Pecuária) e outros interessados no assunto aprovaram a criação do CONSECARNE (Conselho Paritário Pecuaristas-Frigoríficos) ou simplesmente Conselho Nacional da Carne. A principal meta do conselho é a discussões das chamadas agendas positivas, as quais têm como objetivo maior a regulação do preço do boi no mercado.

O conselho foi inspirado em outros exemplos como o Consecana, o qual vem atingindo um equilíbrio de interesses entre os produtores e usineiros, além de outros setores que já seguiram o caminho, como a cadeia leiteira e de outros setores da agricultura.

A situação dos criadores se agrava a cada ano com o empobrecimento de forma generalizada em função da baixa remuneração da arroba do boi, o que acaba obrigando muitos a mudarem para outras atividades. É importante alinhar o mercado e sanar divergências entre a indústria da carne e o principal elo do setor, o produtor, principalmente em relação ao preço, métodos de pesagem e classificação das carcaças e outros vários detalhes.

O setor industrial já havia se manifestado favorável à criação do conselho e regulação do setor, o que era uma preocupação dos produtores, principalmente em relação a JBS (por conta de uma tendência à formação de cartel). Estiveram presentes na reunião tanto representantes do JBS e Marfrig, os quais aprovaram a ideia. Outro apoio importante foi obtido junto ao Congresso Nacional, através da Frente Parlamentar da Agropecuária, o qual realizará audiências públicas visando o fortalecimento do setor, tão logo termine o recesso parlamentar em agosto.
Em entrevista ao Jornal Diário da Manhã (Goiânia), o pre­si­dente da So­ci­e­dade Goiana de Pe­cuária e Agri­cul­tura (SGPA), Ri­cardo Yano, disse que a for­ma­li­zação ofi­cial do Conselho ainda po­derá de­morar al­guns meses para acontecer.

Segundo Yano esse é “Um quadro com­plexo”, uma vez que en­volve além dos pe­cu­a­ristas, também os va­re­jistas, e vários ou­tros se­tores da ca­deia produtiva no País in­teiro, in­cluindo aí os fri­go­rí­ficos.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Fórum Internacional discute papel do agronegócio nas mudanças climáticas


FÓRUM AGROPECUÁRIO 2012
Fonte: Compilado de notícia publicada em www.cna.org.br
Com o desafio de discutir políticas efetivas em relação ao clima diante do atual panorama econômico mundial, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realiza em setembro (17/09/12) a 3ª edição do Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima – FEED 2012. O evento será realizado em São Paulo, e tem como foco principal o debate de ações e políticas públicas sobre agricultura de baixo carbono no Brasil e contará com a participação de várias autoridades e especialistas na área tanto do Brasil quanto do exterior.
Para a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, o desafio da política climática sustentável é a implementação de recursos para financiar a economia verde e garantir a oferta global de alimentos. A senadora afirma que o uso de tecnologias e práticas de baixo carbono, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta, podem fornecer as condições para o aumento de produtividade das atividades rurais sem que seja necessário abrir novas áreas para produção, além de conservar a qualidade da água, solo e biodiversidade.
Um dos principais painéis do FEED 2012 abordará o tema “Os impactos da crise econômica nos acordos climáticos: como fomentar políticas que gerem benefícios efetivos”, com palestra do presidente do Instituto de Pesquisa Grantham de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Escola de Economia de Londres, Nicholas Stern. “Estou ansioso para compartilhar meus pensamentos sobre os riscos imensos da mudança climática sem gerenciamento. No entanto, não devo focar tanto sobre esses riscos, que são claros e bem estabelecidos, mas sobre as atrações de uma alternativa de baixo carbono. É a história de crescimento do futuro, particularmente para os mercados emergentes e países em desenvolvimento, mas também para o mundo como um todo. Na linguagem da Rio+20, podemos e devemos combinar sustentabilidade econômica, social e ambiental”, afirma Stern.
“O crescimento verde: estratégia dos países emergentes” será o tema de outro painel e será conduzido pelo especialista em direito internacional, Thomas C. Heller, professor da Escola de Leis da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), e uma das autoridades mais influentes em política ambiental, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007. “O Brasil tem feito progressos desde os anos 1970 no crescimento da economia rural, que é muito importante, por meio do aumento da produtividade (rendimento) das terras. Mas o mundo de 2012 não é o mesmo de 1970. Em apenas poucas décadas, as suposições sobre onde se encontram poder político e econômico parecem ter virado de cabeça para baixo. A segurança alimentar e a escassez de recurso tornaram-se alvos centrais dos governos e dos mercados para se adaptarem a mudar a imagem de onde e como o crescimento global ocorre em uma economia transformadora”, disse Thomas C. Heller.
O Fórum prevê ainda painéis setoriais: “O futuro das políticas climáticas no setor agrícola”; “Da mitigação para a adaptação: desafios para reduzir impactos das mudanças do clima na agricultura brasileira”; e “O futuro do mercado de carbono”. Em cada um desses painéis, que ocorrerão simultaneamente, serão discutidos três temas.
Nestes painéis setoriais, serão abordados os temas “Carbon Farming Initiative: o enfoque australiano em relação à agricultura e mudanças climáticas”; “O setor agrícola no sistema de comércio de emissões da Nova Zelândia”; e “O Plano ABC e o futuro do setor agrícola nas políticas climáticas brasileiras”, a cargo de Carlos Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O pesquisador da Embrapa, Eduardo Delgado Assad, falará sobre “Como fomentar ações de adaptação: do Plano ABC ao futuro da agricultura brasileira”; Mauricio Antônio Lopes, diretor executivo de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, levará o tema “Gargalos da pesquisa para enfrentar os impactos das mudanças climáticas”; e Ricardo Dell Aquila Mussa, diretor executivo da Radar Propriedades Agrícolas S.A., conduzirá a palestra sobre “Riscos climáticos e a tomada de decisões na gestão propriedade”.
Carlos Henrique Delpupo, diretor da WayCarbon, falará sobre os “Cenários para o mercado de carbono com base na plataforma de Durban”; Aloísio Lopes Pereira de Melo, coordenador geral da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, abordará o tema “É factível pensar num mercado de carbono brasileiro até 2020?”; Matt Walsh, pesquisador da empresa Carbon Care, da Nova Zelândia, especializada no mercado de créditos de carbono abordará o tema “Práticas agrícolas e créditos de carbono: construindo um mercado ligado a uso da terra”.
O evento é aberto à participação de vários segmentos da sociedade como acadêmicos, formadores de opinião, formuladores de políticas públicas, lideranças setoriais, parlamentares, pesquisadores, produtores rurais e quaisquer outros interessados no assunto. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas até o dia 1º de setembro. Em breve, as inscrições poderão ser feitas pelo site oficial do evento.

Mais informações pelo e-mail feed2012@cna.org.br.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

FIM DO MONOPÓLIO ?


Movimento da Cadeia Produtora da Carne Contra Monopólio do Setor

Texto compilado de várias fontes de notícias
           Canal Rural (www.ruralbr.com.br)
           Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura - SGPA (www.sgpa.com.br)

No dia 09 deste mês (julho) durante a 48ª Expoagro (Cuiabá) foi discutido o monopólio dos frigoríficos no mercado nacional da carne. A iniciativa chamada de “2º Movimento Nacional Contra o Monopólio dos Frigoríficos” e que já havia realizado uma primeira reunião em Campo Grande no mês de junho reuniu mais de 1000 produtores e buscou discutir os reflexos da monopolização do setor e as medidas práticas de combate à concentração de mercado.

Segundo Jorge Pires Miranda, presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, esse assunto é um dos principais problemas enfrentados pelo setor e esses encontros buscam incentivar a discussão sobre a rentabilidade de cada elo dessa cadeia. “Temos de nos unir para ser forte contra essa situação”, afirma.

Miranda explica ainda que a falta de competitividade no momento da venda do gado pressiona os preços, fazendo com que os pecuaristas sejam obrigados a vender a produção por preços avaliados abaixo da realidade, considerando o valor do custo da produção do gado.
No estado de Mato Grosso há atualmente cerca de 29,1 milhões de cabeças de gado e 39 frigoríficos habilitados com a inspeção federal, dos quais apenas 27 estão em funcionamento, enquanto os demais estão com suas atividades paralisadas.

Um exemplo é o município de Colíder, distante 656 km de Cuiabá, onde os dois frigoríficos existentes foram adquiridos pelo grupo JBS e um deles ainda permanece fechado. A empresa é atualmente o maior processador mundial de carne bovina e só no ano de 2011 cerca de 90% do rebanho bovino abatido foi processado por grandes frigoríficos.

De acordo com Mário Cândia, diretor da Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso, "dessa forma os preços ficam sempre abaixo do que está cotado em outros lugares", assegurando ainda que a situação é preocupante em algumas regiões do estado onde só há unidades de um único grupo frigorífico.
Em Mato Grosso a capacidade de abate dos frigoríficos instalados chega a 38.457 cabeças/dia, mas o número cai para 30.802 se considerados somente as unidades em operação, dos quais 48% do volume é de propriedade de um único grupo frigorífico, o JBS.

Dessa forma em evento paralelo durante a 48ª Expoagro foram discutidos este e outros assuntos ligados ao setor agropecuário na busca de medidas que minimizem os impactos desse monopólio ao principal elo da cadeia da carne, o produtor. O evento contou com a presença de vários produtores, representantes de entidades do setor, o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Ricardo Yano e outros interessados no assunto.

A frente pecuarista goiana durante reunião na sede da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura em junho elaborou a Carta dos Pecuaristas Goianos com presença de mais de duzentos produtores de todo o Estado. A carta alerta às autoridades e à sociedade em geral sobre as possíveis consequências da monopolização da carne além de acusar o governo federal pelo envolvimento do BNDES na viabilização do cartel dos frigoríficos – especificamente o JBS, Marfrig e Minerva. 

Entre as possíveis medidas a serem tomadas estão o acompanhamento da audiência pública prevista pelo Congresso Nacional para o mês de agosto e monitoração do CADE, em Brasília, em relação aos processos de monopolização. 

Cogitasse ainda uma paralisação alternada e temporária do abate nos estados produtores. E se necessário até mesmo um “tratoraço” ou “caminhonaço” à Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Na Carta de Goiânia, os signatários em nome dos agropecuaristas asseguram que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, uma instituição de fomento do governo, tenha adotado uma “política de capitalização dessas empresas”, numa referência aos frigoríficos, sobretudo o JBS. 

No documento assinalam que “com tais recursos fizeram arrendamento de várias plantas frigoríficas, constituíram direta ou indiretamente confinamentos de centenas de milhares de animais, e passaram a interferir, pela ação monopolista, no mercado do atacado do boi e da vaca gorda e, por decorrência, e de todo tipo de gado magro, regulando preços de compra desses insumos”. 

“A prática, conforme diz a Carta, é nefasta e prejudicial às economias regionais e tem se tornando motivo de nossa extrema preocupação, na medida em que interfere na prática do livre mercado que sempre deveria ser regulado pela oferta e procura”. O documento assinala também que a concentração, alavancada com recursos públicas, afeta a rentabilidade do negócio pecuário e, consequentemente, dificulta a sustentabilidade do setor, baseada no tripé: ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. Os signatários da Carta de Goiânia estão convencidos de que haverá sem dúvida reflexo no preço da carne no varejo, com majoração de preços para o consumidor final. 

O documento propõe que as comissões de Agricultura e Pecuária do Congresso Nacional atuem com a máxima urgência para impedir tais transações e que o CADE examine os procedimentos de aquisição das indústrias frigoríficas e acompanhe os seus desdobramentos. Ainda, que o BNDES promova a democratização dos seus recursos para atender as pequenas e médias empresas do setor e que os governos estaduais promovam ações imediatas para fortalecer também esse segmento. Pede também que o governo federal não crie imposto sobre exportação de bovinos vivos e que o Ministério Público examine a responsabilidade por sucessão de natureza tributária e trabalhista, dos estabelecimentos que estão sendo comprados ou arrendados.

A Carta de Goiânia (cópia abaixo) foi assinada, entre outros, pelo presidente da SGPA, Ricardo Yano; Francisco Maia, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso; Luis Antônio Garcia Nabhan; presidente da ASFAX, Carlos Alberto de Oliveira Guimarães. A bancada ruralista foi representada pelo deputado federal Ronaldo Caiado. 




CARTA DOS PECUARISTAS GOIANOS

Nós, pecuaristas e demais integrantes da Cadeia Produtiva da Pecuária de todo o país reunidos nesta data sede da SGPA – Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura, em Goiânia, Goiás, vimos nesta oportunidade alertar a nação e suas instâncias representativas quantos às lastimáveis práticas hoje utilizadas por algumas empresas do setor frigorífico.

É sabido que o Governo Federal, através do BNDES, adotou política de capitalização dessas empresas, viabilizando seu crescimento e forte inserção em mercados estrangeiros. No Brasil a expansão dessas empresas se deu de forma vertiginosa e surpreendente.

Com tais recursos fizeram arrendamento de várias plantas frigoríficas, constituíram direta ou indiretamente confinamentos de centenas de milhares de animais, e passaram a interferir, pela ação monopolista, no mercado do atacado do boi e da vaca gorda e, por decorrência, e todo tipo de gado magro, regulando preços de compra desses insumos.

Tal prática nefasta é prejudicial às economias regionais e tem se tornado motivo de nossa extrema preocupação, na medida em que interfere na prática do livre mercado que sempre deveria ser regulado pela oferta e procura.

A concentração, alavancada com recursos públicos, afeta a rentabilidade do negócio pecuário e, consequentemente dificulta a sustentabilidade do setor, baseada no tripé: ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. O controle de mercado é patente quando os preços entre as indústrias se alinham, desconsiderando a logística em um País de dimensões continentais como o Brasil.

Pior, por consequência, afetará sem dúvida o preço da carne no varejo, com majoração de preços para o consumidor final.

As práticas constatadas até o momento, com artifícios contratuais e/ou contábeis, com fechamento de plantas existentes, afeta as economias do interior dos estados produtores de carne, provocando desemprego, em claro conflito com as políticas públicas do Governo Federal.

Assim, nós que respondemos pela produção de alimentos de todo o País, vimos requerer:

1)     Que as Comissões de Agricultura e Pecuária da Câmara Federal e do Senado atuem com a máxima urgência a fim de impedir que tais transações continuem;

2)     Que o CADE examine os procedimentos de aquisição das indústrias frigoríficas em pauta, em âmbito nacional, além de interferência e desdobramentos dessas aquisições em âmbito regional, onde claramente se nota o abuso de poder econômico utilizando-se, como já dito, de dinheiro público;

3)     Que o BNDES também promova a democratização dos seus recursos para atender as médias e pequenas empresas do setor;

4)     Que os governos Estaduais promovam ações imediatas com vistas ao fortalecimento de tais empresas de menor porte;

5)     Que o Governo Federal não crie imposto sobre exportação de bovinos vivos, por ser esta uma alternativa de comercialização e de equilíbrio de preços;

6)     Que o Ministério Público Federal examine a responsabilidade por sucessão de natureza tributária e trabalhista, dos estabelecimentos que estão sendo comprados ou arrendados.
Ressaltamos que já foi criada a FENAPE – FRENTE NACIONAL DA PECUÁRIA com foco na defesa do pecuarista brasileiro e no encaminhamento das questões da cadeia da carne nas instâncias políticas, administrativas e institucionais pertinentes  e aqui reiteramos nosso integral apoio a diretoria dessa entidade, bem como, convocamos nossos pecuaristas a também, integrarem a FENAPE.
Fonte: SGPA